quarta-feira, 16 de maio de 2012
Lixo vira oportunidade na capital do estado do Acre.
Uma das ações de maior visibilidade da Prefeitura de Rio Branco é também um programa reconhecido e premiado. A construção da Unidade de Tratamento de Resíduos (Utre), em 2009, atingiu de uma só vez as áreas social, de meio ambiente e economia.
Consiste na educação ambiental da população, empresas e administração pública e na instalação de complexo que confere a destinação correta do lixo por meio de coleta seletiva: o que é reciclável, como plásticos, papelão, pneus, metais, vidro, entre outros itens descartados erroneamente nos aterros sanitários são separados pela população em sacos plásticos próprios para cada material.
Nas instalações da Utre ocorre uma nova triagem, separação e prensagem dos itens. Após essa etapa, os catadores comercializam os recicláveis – num ciclo contínuo de geração de emprego e renda, que se reflete na preservação ambiental. O lixo orgânico também é separado em categorias e a parte que pode virar adubo, por exemplo, segue para outra área, onde fica a usina de compostagem. Os resíduos hospitalares, por sua vez, são incinerados a 180º C, já que são altamente contaminantes. Após a queima são triturados.
Essa nova abordagem permite resolver um dos grandes problemas das cidades – não só Brasil, mas – do mundo que é a da falta de aterros sanitários num planeta cada vez mais consumista. Só seguem para o aterro os itens que não podem ser reaproveitados.
Mesmo assim o que antes era conhecido por “lixão”, agora tem outro aspecto e cuidados além do estético, como, por exemplo, tratamento para evitar a contaminação do solo e a emissão de gases do efeito estufa. O local onde está instalado o aterro sanitário recebeu tratamento subterrâneo e conta com sistema de drenos para coletar o chorume (liquido produzido a partir da decomposição do lixo) e tratá-lo antes de devolvê-lo ao meio ambiente. Há drenos também para recolher gases, como o metano, que são liberados nesse processo. O subproduto deverá ser reaproveitado na produção de energia ou para crédito de carbono no futuro.
Para dar conta das novas tarefas, o governo municipal criou uma central de recebimento de pneus e
estabeleceu parcerias com a Associação Nacional de Indústrias de Pneumáticos (Anip). Caberá aos fabricantes recolher e dar destinação correta a esses resíduos, uma vez que, segundo a prefeitura, os custos dessa tarefa são pagos pelo consumidor.
Já os restos produzidos pela construção civil são encaminhados a uma central onde serão triturados e reaproveitados em novas obras e construções. A Utre conta ainda com uma central de podas e resíduos madeireiros; unidade de tratamento de resíduos de serviços da saúde; disposição final (células de aterro sanitário), entre vários outros dispositivos e investimentos.
Premiação
O projeto da Utre de Rio Branco, que ocupa área de 80 hectares e pode processar até 200 toneladas de resíduos sólidos por dia, teve custo de cerca de R$ 11 milhões e foi executado com recursos obtidos junto à Caixa Econômica Federal (CEF) e Ministério das Cidades. Fica localizado no quilômetro 22 da BR-364, que liga São Paulo ao Acre, e é uma parceria da prefeitura de Rio Branco com o governo do Acre e bancada federal do estado. Hoje, funciona em cerca de 30 bairros.
A iniciativa municipal, implementada em outubro de 2010, ganhou mídia e acabou laureada com o Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local, em Brasília, e Eco Cidades, em São Paulo, ambos recebidos em dezembro de 2011. Rio Branco concorre ainda ao Prêmio Internacional de Dubai para Melhores Práticas 2012, em Julho.
Fonte: http://www.campanhasemandatos.com.br/
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